Ricardo Sanches Vieira de Camargo, 32 anos, principal acusado de ter matado Mauro Lucas da Costa, 29, com três tiros na noite de terça-feira (21), se apresentou na tarde de quinta-feira (23), na Delegacia de Polícia Civil de Jandaia do Sul, acompanhado de seus advogados Marcelo Bulgarelli e Isaltino Felício, do escritório Bulgarelli e Felício Advogados de Mandaguari.
Com a sua apresentação, o delegado de Jandaia ouviu Camargo, que confessou ter praticado o crime, entregou a arma, e se colocou à disposição da Justiça. O Correio de Notícias, conversou com exclusividade, com os advogados do acusado, que repassaram trechos do depoimento.
“O que o nosso cliente relatou foi que estavam em um churrasco na casa do irmão de sua namorada. Os participantes estavam tomando cerveja e ocorreu uma brincadeira entre os rapazes, sendo que um disse que tratava a mulher assim e mostrando o braço [com violência]. O Ricardo comentou com os rapazes de que não gostava de homens que batem em mulheres, e que já havia desmaiado alguns. Logo após brincou, mostrando a sua cinta, mas não passou de brincadeira”, comentou Bulgarelli ao ser questionado pela reportagem.
Após a brincadeira, de acordo com Ricardo, a briga tornou-se generalizada. “Com isso, o irmão de sua namorada partiu para cima do meu cliente, dando um soco, derrubando no chão, com ajuda de Mauro e outro rapaz, deixando hematomas em suas mãos e principalmente em seu olho. A namorada tentou apartar a briga, porém o próprio irmão deu três tapas em seu rosto. Tudo por conta de uma brincadeira, que não teve graça nenhuma”, relatou Isaltino.
Com a confusão, o casal foi embora. A namorada em um carro e o Ricardo em outro. “Meu cliente deixou a caminhonete em sua casa, pegou a moto, e estava indo para a casa da namorada, mas revolveu voltar no local onde acontecia o churrasco, para pedir desculpas e pegar a cerveja que tinha comprado minutos antes de se iniciar a confusão”, disse Isaltino
No momento em que chegou no local, os rapazes que estavam no churrasco começaram a cercar Ricardo e ocorreu outro entrevero. “Ele tentou se desculpar, pegar a cerveja e ir embora, mas os outros participantes da festa não quiseram papo, e o Mauro tentou ameaçá-lo, e quando foi sacar a arma, Ricardo usou de seu revólver e deu três tiros, que acertaram e que culminou na morte de Mauro”, comentou Bulgarelli.
Ao ser questionado, sobre Ricardo andar armado, o advogado foi enfático. “Ele é advogado criminalista, já recebeu diversas ameaças veladas, tem o registro da arma, e anda armado para tentar se proteger. Ele não foi buscar o revólver na sua casa, ele já estava armado antes mesmo de chegar na festa. Quando o Mauro fez sinal de que estava armado, mostrando o volume em sua camiseta, a única reação que teve foi de se defender, pois estava cercado”, finalizou Bulgarelli.
Ricardo ainda revelou aos advogados que está à disposição da Justiça, que tem várias provas que comprovam que agiu em legítima defesa, e que aguarda a conclusão do inquérito policial, respondendo em liberdade.