O radialista João Vrenna, 73 anos, recebeu nos últimos dias, a equipe de reportagem do Correio de Notícias, e ele falou sobre toda a sua trajetória e contou sua rica história na comunicação de Mandaguari.
De acordo com Vrenna, sua carreira no rádio começou quando ele tinha 19 anos. “Foi logo após quando eu casei com a Jandira, eu trabalhava em uma borracharia, no Posto Central em Maringá. E naquela época todos os locutores precisavam de alguém que pudesse cuidar de toda parte operacional, mexer na mesa de som, regular o volume do microfone, colocar as músicas. Meu cunhado, o Ferreira Sobrinho (in memoriam), trabalhava na antiga Rádio Difusora, e tinha muito prestígio entre os ouvintes, me convidou para trabalhar com ele. Eu aceitei e daí não saí mais do rádio”, iniciou a conversa.
“Eu comecei como técnico de som, das 6h às 8h. Trabalhei por muitos anos nessa função, até que um dia, os diretores me deram uma oportunidade para fazer um programa aos domingos: As Músicas Que Você Gosta, que tinha uma grande audiência. Quando a difusora mudou de prédio, eles me deram meia hora de programa diário. Eu começava as 15h – o Correio Musical. Eu fui fazendo esse programa e criava alguns quadros: Quem é o Bom? Jerry Adriani e Roberto Carlos. Nisso eu comecei a despontar. Para se ter ideia, a direção da emissora fez pesquisas e nós batíamos de frente com a Rádio Atalaia, que tinha novelas fortes, e que era líder de audiência”, explicou Vrenna.
Em pouco espaço de tempo João Vrenna conquistou o primeiro lugar na audiência em Maringá. “Com esse sucesso, eu fui ganhando mais espaço na rádio. Me deram um programa: Cidade Contra Sertão. E eu fazia com o finado Nhô Quinca, todo mundo ouvia. Eu defendia a música jovem e o Nhô Quinca as músicas sertanejas raízes. Esse programa marcou a minha vida, foi onde eu mais me destaquei”.
“Daí surgiu a oportunidade de apresentar os shows nos circos. Nós éramos iguais a esses artistas nacionais, todo mundo queria autógrafos e os espetáculos eram abarrotados de gente. Conheci muitas pessoas importantes no cenário musical, inclusive Lourenço e Lourival, que eu mostrei a música Condenado por Amor pra eles, pensando que eles nunca iriam gravar, mas pra minha surpresa, gravaram e essa canção é o maior sucesso da carreira deles. Quando promovemos um show deles há alguns poucos anos em Mandaguari, eles me agradeceram”, explicou o radialista.
Passados alguns anos, a Rádio Guairacá de Mandaguari foi comprada pelo pastor Aristides, que era muito próximo ao Vrenna e o convidou para gerenciar a rádio. “Fiquei 20 anos em minha primeira passagem pela Guairacá, no qual fiz muitos companheiros e foi nessa época, já com poder de gerente, pude dar oportunidades para muitas pessoas, inclusive para o Ratinho [apresentador Carlos Massa] e o Benedito Pinga Fogo de Oliveira [in memoriam], no qual eles são eternamente gratos para comigo”, disse.
Após esse período em Mandaguari, João Vrenna se arriscou e fez sucesso nas rádios Ingamar de Marialva, onde ele ajudou a criar e por muitos anos trabalhou nas rádios de Rolândia e Cambé. “Em 2006 bateu o desejo de retornar para Mandaguari, que sempre foi a minha casa. Meu filho Marcos Vrenna tornou-se proprietário da antiga Liberdade FM, e eu pude gerenciar a rádio. Dois anos depois, ocorreu a fusão com a Rádio Guairacá e eu retornei para a rádio que me ajudou a crescer profissionalmente. Estou até hoje, e não tenho pretensão nenhuma de me aposentar”, finalizou Vrenna.