O Isolamento Social e o Autismo

Neste 2 de Abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, nós famílias autistas, vivemos um momento bem diferente com o “Isolamento Social”, imposto pelo Novo Corona Vírus. Em todos os cantos do mundo este dia não é comemorado porque não é uma comemoração, mas sim, lembrado e vivido para despertar na sociedade algo que muitos esquecem: NÓS EXISTIMOS.

Nesta data acontecem caminhadas, eventos, palestras e seminários, em 2020 conseguimos nos reinventar mais uma vez, estamos em casa porém conectados com a importância que o “2 de abril”, tem para todos os envolvidos com o Transtorno do Espectro Autista. O Isolamento Social para uma família atípica como a nossa não é novidade, somos muitas vezes isolados de comemorações familiares e datas comemorativas, somos isolados por pessoas que antes do autismo eram nossos amigos e agora o comportamento de nossos filhos incomoda e muitas vezes somos isolados pelo sistema educacional que ainda carece de formação e informação para receber o indivíduo autista.

Atualmente a ciência tem muitas informações sobre o autismo e muitas dúvidas porém, o mais importante é lembrarmos que para a lei brasileira o autista é considerado deficiente, tendo todos os direitos assegurados como cidadão. Ainda temos muito a caminhar e informar porém já avançamos no sentido da sociedade estar mais atenta nas características do comportamento autistas.

O que sabemos hoje, é que o autismo é causado por fatores genéticos em sua maioria que alteram o funcionamento cerebral, fazendo a pessoa com autismo ter sensações diferentes das nossas pelos estímulos recebidos do ambiente, cores, luz, sons que podem provocar crises, que muitos confundem com “birras”.

Sabemos que o autismo não é adquirido depois do nascimento e não é contagioso, está mais presente em meninos do que meninas e a ciência ainda não consegue dar explicações sobre este achado.

Ainda não temos medicações específicas para o autismo, porém o melhor remédio para um autista é a aceitação, empatia para com as famílias que lutam por melhores condições de tratamento e de ensino para seus filhos que estão dentro de um espectro tão complexo de ser entendido, mas que não podem ser simplesmente desrespeitados por suas diferenças.
Dia 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Fernanda Cristina Bassetto Monteiro
Mestra em Educação pela UEM, com pesquisa em autismo
Presidente da Associação PRO D TEA (Pró Direito dos Autistas) Associação de Familiares e Autistas de Mandaguari
Mãe do Fernando

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