Na noite de domingo (28), o silêncio do Jardim Ponta Grossa, em Apucarana, foi rompido por mais um episódio de violência doméstica, um entre tantos que marcam estatísticas, mas que, neste caso, tomou um rumo inesperado.
Uma jovem de 23 anos, após ser agredida pelo companheiro que havia ingerido bebida alcoólica, reagiu. Segundo relatou à Polícia Militar, ela foi encurralada por ameaças e violência física, até que pegou uma faca e desferiu um golpe contra o agressor, interrompendo a agressão.
A cena, brutal, revela também o desespero de quem não encontra outra saída diante do perigo. A vítima recusou atendimento médico e, em gesto definitivo, comunicou aos policiais sua decisão de romper o relacionamento. Na mesma noite, buscou refúgio na casa de uma amiga.
O boletim de ocorrência aponta que ela foi orientada a comparecer à Polícia Judiciária para registrar a denúncia formal e solicitar medida protetiva de urgência — instrumento que pode significar a diferença entre viver em paz ou seguir em risco constante.
O estado de saúde do agressor não foi detalhado. O que ficou evidente, porém, é o retrato de uma realidade ainda persistente: mulheres obrigadas a transformar objetos domésticos em armas para garantir a própria sobrevivência.
