PR-444 segue interditada e liberação deve ocorrer após as 11h

O tráfego pela PR-444, uma das principais ligações rodoviárias do norte do Paraná, continua bloqueado nesta quinta-feira (2) após o tombamento de uma carreta que transportava ácido propiônico, um líquido inflamável e altamente corrosivo. O acidente, ocorrido no início da tarde de quarta-feira (1º), mobiliza bombeiros, Defesa Civil e equipes da Polícia Rodoviária Estadual em uma operação considerada delicada pela proximidade do Rio Pirapó, a apenas um quilômetro do local.

A carreta, carregada com dezenas de toneladas da substância, tombou em um trecho entre Arapongas e Apucarana, provocando interdição total da via. O motorista foi resgatado por populares e encaminhado a um hospital em Mandaguari, com ferimentos leves. Nenhum vazamento de grande proporção foi confirmado até o momento, mas autoridades ambientais mantêm atenção redobrada diante do risco de contaminação do rio.

Impacto regional

Mais do que um acidente isolado, o bloqueio da PR-444 atinge um dos eixos logísticos mais movimentados do estado. A rodovia é rota de caminhões que ligam Londrina a Maringá, duas das maiores cidades do Paraná, além de ser utilizada para o escoamento da produção agrícola e industrial do Vale do Ivaí.

Desde a interdição, motoristas enfrentam congestionamentos e são obrigados a utilizar rotas alternativas pelas rodovias BR-376 e PR-218, aumentando o tempo de deslocamento em até duas horas. Empresas de transporte relataram atrasos na entrega de cargas perecíveis e industriais.

A operação de retirada

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Arapongas, Paulo Antonio Kümmel, a remoção do veículo exige protocolos rígidos de segurança. “O caminhão isotanque da empresa Ambipar chegou por volta das 4h30. A previsão é liberar a pista entre 11h e 13h, se não houver imprevistos”, afirmou.

Equipes do Corpo de Bombeiros monitoram o ar em busca de vapores tóxicos, enquanto técnicos do Instituto Água e Terra (IAT) acompanham o risco de infiltração no solo.

O produto

O ácido propiônico é usado principalmente como conservante em rações e alimentos, por sua capacidade de inibir o crescimento de fungos e bactérias. Apesar do uso industrial, a substância pode causar queimaduras na pele, danos às vias respiratórias e, em grandes volumes, contaminação de recursos hídricos.

Expectativa

Autoridades locais destacaram que o episódio evidencia a vulnerabilidade de rodovias paranaenses diante do transporte de produtos perigosos. “É uma carga de alto risco em uma rodovia estratégica. Situações como essa reforçam a necessidade de protocolos mais rápidos de resposta e de infraestrutura adequada para emergências”, avaliou um oficial do Corpo de Bombeiros que acompanha a operação.

A previsão é que a PR-444 seja liberada ainda nesta quinta-feira, mas a normalização do tráfego deve se estender ao longo do dia.