Recém-nascido dado como morto é retirado do próprio velório após família ouvir choro em caixão no Acre

Um bebê prematuro, com cerca de cinco meses de gestação, foi dado como morto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e retirado vivo do caixão durante o próprio velório na manhã de sábado (25). A criança havia sido considerada natimorta e colocada em um saco no necrotério da unidade, permanecendo cerca de 12 horas até ser descoberta com vida pelos familiares.

Segundo a médica pediatra neonatologista de plantão, Mariana Collodetti, o recém-nascido está em estado grave de prematuridade, recebendo suporte médico conforme os protocolos de urgência. O caso provocou grande comoção na capital acreana e levantou suspeitas de falha no atendimento hospitalar.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Acre informou que todos os protocolos de reanimação foram seguidos e que uma apuração interna foi aberta para esclarecer o ocorrido. O Ministério Público do Acre também deve investigar a situação.

A diretora da Maternidade Bárbara Heliodora, Simone Prado, afirmou que a instituição “reitera o compromisso com a ética e a humanização no atendimento” e manifestou solidariedade à família.

De acordo com documentos obtidos pela imprensa, o bebê nasceu na sexta-feira (24) com diagnóstico de hipóxia intrauterina — falta de oxigênio durante a gestação. A família, natural de Pauini, no interior do Amazonas, havia viajado até o Acre em busca de atendimento médico adequado.

Durante o velório, a tia do bebê relatou ter pedido para abrir o caixão e percebeu que a criança chorava. “Isso é muita negligência e a gente quer justiça”, afirmou Maria Aparecida.

A Polícia Militar foi acionada e encaminhou o caso para investigação. As autoridades apuram se houve erro médico ou falha nos procedimentos da maternidade. Enquanto isso, o bebê segue internado em estado delicado, sob cuidados intensivos.